Uol

domingo, 21 de agosto de 2011

    A história das pipas é recheada de mistérios, de lendas, símbolos e mitos, mas principalmente de muita magia, beleza e encantamento. Começou quando o homem primitivo se deu conta de sua limitação diante da capacidade de voar dos pássaros. Essa frustração foi o mote para que ele desse asas à sua imaginação. O primeiro vôo do homem está registrado na mitologia grega – Ícaro. As pipas nascem desta tentativa frustrada de voar, quando o homem transferiu para um artefato de varetas, papel, cola e linha sua vontade intrínseca de planar, de alçar vôo de terra firme. A despeito das teorias, lendas e suposições o primeiro vôo de uma pipa ocorreu em torno de 200 anos a.C. - China. No Egito hieróglifos antigos já contavam de objetos que voavam controlados por fios. Os fenícios também conheciam seus segredos, assim como os africanos, hindus e polinésios. Até o grande navegador Marco Polo (1254 - 1324), embora, levado por motivos menos lúdicos. Nos países orientais foi e continua sendo grande a utilização de pipas com motivos religiosos e místicos, como atrativo da felicidade, sorte, nascimento, fertilidade e vitória. Exemplo disto são as pipas com pintura de dragões, que atraem a prosperidade; com uma tartaruga (longa vida); coruja (sabedoria) e assim por diante. Outros símbolos afastam maus espíritos, trazem esperança, ajudam na pesca abundante. As pinturas com grandes carpas coloridas representam e atraem o desenvolvimento dos filhos. Nesses aspectos místico-religiosos, continua sendo muito grande a utilização de pipas como oferenda aos deuses nos países orientais. Um dos quatro elementos fundamentais da civilização ocidental, o vento, no caso das pipas, passou rapidamente de inimigo a aliado, pois com o domínio correto de suas correntes e velocidades, o homem conseguiu inteligentemente chegar perto do sonho de voar. A histórias das pipas data de muitos séculos e se confunde com a própria história da civilização, sendo utilizada como brinquedo, instrumento de defesa, arma, objeto artístico e de ornamentação. Conhecida como quadrado, pipa, papagaio, pandorga, barrilete ou outro nome dependendo da região ou país, ela é uma velha conhecida de brincadeiras infantis. Todos nós, com maior ou menor sucesso, já tentamos empinar uma. E temos obrigação de preservar sua beleza e simbologia, pois uma infância sem pipa certamente não é uma infância feliz. As pipas adornam, disputam espaço, fazem acrobacias, mapeiam os céus. São a extensão natural da mão, querendo tocar nas ilusões

Nenhum comentário:

Postar um comentário